Comer carne favorece câncer? Veja mitos e verdades da dieta vegetariana

O ator Dado Dolabella deu o que falar ao associar a morte da atriz Betty Lago e a do Gaúcho da Copa, ambos vítimas de câncer, ao consumo de carne. Ele se diz vegano, ou seja, não come e nem consome nada de origem animal (carne e alimentos feitos com leite e ovo). Ele chamou os carnívoros de “uma sociedade hipócrita e doente”.

Leia aqui a opinião de três especialistas para saber o que é mito e o que é verdade sobre o que dizem em relação às dietas vegana e vegetariana. Será que quem não come carne tem menos chances de ter câncer? Comer apenas alimentos de origem vegetal torna uma pessoa mais saudável? Os vegetarianos são mais magros?

Os nutrólogos José Alves Lara Neto, vice-presidente da Abran (Associação Brasileira de Nutrologia), Andrea Pereira, do departamento de Oncologia do Hospital Albert Einstein, e a nutricionista Regina Moraes Teixeira esclarecem as dúvidas.

Mitos e verdades sobre dieta vegetariana ou vegana

carnes-para-churrasco1Comer carne aumenta a chance de ter câncer?
PARCIALMENTE VERDADE. Tudo vai depender da quantidade e de como essa carne é preparada. “Comer mais de meio quilo por semana aumenta risco de câncer, porque mesmo a carne magra tem gordura. Além disso, carnes preparadas em churrascos absorvem substancias cancerígenas contidas no carvão”, conta Andrea Pereira.

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A dieta vegetariana emagrece?
MITO. Apesar de uma dieta rica em vegetais ajudar a emagrecer, se o vegano ou vegetariano exagerar nos carboidratos e doces eles podem ser tão obesos quanto uma pessoa que ingere alimentos de origem animal.

Dieta vegetariana é a mais saudável?
MITO. A dieta vegetariana é considerada saudável quando feita de forma equilibrada, com supervisão médica, mas não é necessariamente mais saudável do que outras. Há pesquisas que apontam a dieta mediterrânea como a mais saudável e ela tem como base peixes, massas e azeite. Uma dieta equilibrada aliada a exercícios físicos ajudam a manter um estilo de vida saudável.

Comer carne rapaz-comendo-carne-carne-malpassada-bife-salada-restaurante-1377892400554_300x300é natural da espécie humana?
VERDADE. Segundo Lara Neto, há estudos que mostram que o humano se desenvolveu melhor depois que começou a comer carne cozida, com a descoberta do fogo. Andrea Pereira afirma ainda que nosso intestino mede sete metros, em média, para digerir proteína encontrada em alimentos de origem animal.

Vou viver mais se não comer carne?
MITO. Não é necessariamente o aporte de carne que faz viver mais ou menos, mas a quantidade e a qualidade do que se come em geral. Por outro lado, uma dieta com menos carne tende a diminuir o colesterol, a taxa de triglicerídeos e a chance de diabetes. Cada organismo tem suas particularidades e também depende das condições do ambiente em que vive.

Vegetarianos e veganos têm mais anemia?
PARCIALMENTE VERDADE. A absorção do ferro é o segredo para evitar a anemia. Mas, mesmo o ferro contido na couve (o “bife” dos veganos e vegetarianos) nem sempre é absorvido da forma correta. Para evitar o ‘desperdício’, é necessário reforçar a ingestão de vitamina C com frutas ou sucos de laranja e limão, que ajudam na absorção do ferro. Se isso não resolver, será preciso recorrer à suplementação.

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Tenho que tomar suplemento?
PARCIALMENTE VERDADE. Quem não come alimentos de origem animal perde uma importante forte de ferro e vitamina B12. No caso do ferro, há legumes e verduras que contém a substância, mas ela não é tão facilmente absorvida pelo organismo como a encontrada na carne. No entanto, o suplemento só deve ser tomado quando houver comprovação clínica da sua necessidade.

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A proteína animal faz falta no organismo?
MITO. Tudo depende de como se come essa proteína e quantidade ingerida, afirma Regina Moraes Teixeira. Lara Neto acrescenta que há outras fontes de proteína como as castanhas, cogumelos e queijos feitos sem leite de vaca, que podem ajudar a suprir as proteínas encontradas em alimentos de origem animal.

Crianças não devem adotar essas dietas?
MITO. Não é que uma criança não possa deixar de ingerir alimentos de origem animal, mas ela só pode adotar esse hábito com a supervisão de um especialista, pois tem uma necessidade maior de nutrientes que adultos. “Sem proteína, a criança cresce menos e a deficiência de ferro pode comprometer o desempenho escolar”, diz Lara Neto.

Fontes: José Alves Lara Neto /Associação Brasileira de Nutrologia; Andrea Pereira / Oncologia do Hospital Albert Einstein; nutricionista Regina Moraes Teixeira; Camila Neumam e Mirthyani Bezerra/Uol

Os benefícios da pimenta

 Pesquisadores do mundo todo não param de descobrir que a pimenta, tanto do gênero piper (pimenta-do-reino) como do capsicum (pimenta vermelha), tem qualidades farmacológicas importantes.
Segundo o médico homeopata Marcio Bontempo, autor do livro Pimenta e seus Benefícios à Saúde, além dos princípios ativos capsaicina e piperina, o condimento é muito rico em vitaminas A, E e C, ácido fólico, zinco e potássio. Tem, por isso, fortes propriedades antioxidantes e protetores do DNA celular. Também contém bioflavonóides, pigmentos vegetais que previnem o câncer.

Graças a essas vantagens, a planta já está classificada como alimento funcional, o que significa que, além de seus nutrientes, possui componentes que promovem e preservam a saúde. Hoje ela é usada como matéria-prima para vários remédios que aliviam dores musculares e reumatismo, desordens gastrintestinais e na prevenção de arteriosclerose.

Apesar disso, muitas pessoas ainda têm receio de consumi-la, pois acreditam que possa causar mais mal do que bem. Se você é uma delas, saiba que diversos estudos recentes têm revelado que a pimenta não é um veneno nem mesmo para quem tem hemorróidas, gastrite ou hipertensão.

DOENÇAS QUE A PIMENTA CURA E PREVINE

Baixa imunidade – A pimenta tem sido aplicada em diversas partes do mundo no combate à aids com resultados promissores.
Câncer – Pesquisas nos Estados Unidos apontam a capacidade da capsaicina de inibir o crescimento de células de tumor maligno na próstata, sem causar toxicidade. Outro grupo de cientistas tratou seres humanos portadores de tumores pancreáticos malignos com doses desse mesmo princípio ativo. Depois de algum tempo constataram que houve redução de 50% dos tumores, sem afetação das células pancreáticas saudáveis ou efeitos colaterais. Já em Taiwan os médicos observaram a morte de células cancerosas do esôfago.
Depressão – A ingestão da iguaria aumenta a liberação de noradrenalina e adrenalina, responsáveis pelo nosso estado de alerta, que está associado também à melhora do ânimo em pessoas deprimidas.
Enxaqueca – Provoca a liberação de endorfinas, analgésicos naturais potentes, que atenuam a dor.
Esquistossomose – A cubebina, extraída de um tipo de pimenta asiática, foi usada em uma substância semi-sintética por cientistas da Universidade de Franca e da Universidade de São Paulo. Depois do tratamento (que tem baixa toxicidade e, por isso, é mais seguro), a doença em cobaias foi eliminada.
Feridas abertas – É anti-séptica, analgésica, cicatrizante e anti-hemorrágica quando o seu pó é colocado diretamente sobre a pele machucada.
Gripes e resfriados – Tanto para o tratamento quanto para a prevenção dessas doenças, é comum recomendar a ingestão de uma pequena pimenta malagueta por dia, como se fosse uma pílula.
Hemorróidas – A capsaicina tem poder cicatrizante e já existem remédios com pimenta para uso tópico.
Infecções – O alimento combate as bactérias, já que tem poder bacteriostático e bactericida, e não prejudica o sistema de defesa. Pelo contrário, até estimula a recuperação imunológica.
Males do coração – A pimenta caiena tem sido apontada como capaz de interromper um ataque cardíaco em 30 segundos. Ela contém componentes anticoagulantes que ajudam na desobstrução dos vasos sanguíneos e ativam a circulação arterial.
Obesidade – Consumida nas refeições, ela estimula o organismo a diminuir o apetite nas seguintes. Um estudo revelou que a pimenta derrete os estoques de energia acumulados em forma de gordura corporal. Além disso, aumenta a temperatura (termogênese) e, para dissipá-la, o organismo gasta mais calorias. As pesquisas indicam que cada grama queima 45 calorias.
Pressão alta – Como tem propriedades vasodilatadoras, ajuda a regularizar a pressão arterial.
Reumatismo, artrite e artrose – Recomenda-se a aplicação de compressas quentes ou frias nas articulações, feitas com 250 gramas de pimenta vermelha socada e misturada a uma pasta de purê de inhame. Use uma vez ao dia até a melhora.
RECEITAS COM PIMENTA
Azeite de Pimenta
1 xícara (chá) de azeite de oliva extravirgem
2 dentes de alho picados
1 colher (chá) de suco de limão
pimentas selecionadas à sua escolha
Retire as sementes e os talos das pimentas. Frite o alho no azeite até ficar levemente dourado. Coloque as pimentas em um vidro de conserva, deixando um espaço livre de 2 cm. Aqueça 1 xícara (chá) de azeite a 300o C. Enfie o cabo de uma colher no meio das pimentas e abra um buraco. Despeje o azeite quente lentamente, para que penetre. Complete o pote com azeite até atingir 0,5 cm da boca e tampe bem firme. Deixe esfriar naturalmente. Conserve na geladeira.
Azeite de Pimenta.

Azeite de Pimenta.

Conserva Básica de Pimenta

Pimentas selecionadas de sua escolha
2 copos de vinagre branco
1 colher (sopa) de açúcar
1 colher (chá) de sal
Faça uma calda com o vinagre, o sal e o açúcar, levando essa mistura para ferver por dois minutos. Faça o branqueamento das pimentas cozinhando-as no vapor, sem que fiquem muito moles. Coloque-as num vidro esterilizado e jogue a calda quente por cima. Deixe esfriar, tampe e conserve na geladeira.